Por: Pamela Giseli da Silva
Introdução
Quando começamos a trabalhar com baby
class, independente da nossa formação e experiência no ballet entendemos o
quanto ainda temos que aprender desse universo da arte da dança, entendemos o
quanto uma criança pode surpreender positivamente ou negativamente durante uma
aula, e o quanto temos que estar preparados para vários tipos de reações
espontâneas que podem acontecer a qualquer momento.
No início achamos que faremos elas entrarem em
nosso mundo de passos e posições, mas no fim compreendemos que isso só é
possível se nós entrarmos no mundinho delas. E isso torna tudo ainda mais
mágico.
Dar aula para crianças vai muito além de
conhecimento técnico em ballet, é permitir-se entrar no mundinho lúdico delas e
compor um ambiente imaginário em que todas entendam e queiram entrar na
brincadeira.
Em uma turma de baby aprendemos muito,
acho que mais do que ensinamos, aprendemos o quanto somos competitivos desde
pequenos e como cada um tem um jeito particular de lidar com desafios e
limitações. As crianças nos surpreendem não só em gestos e carinhos, mas muitas
vezes também com movimentações espontâneas que demonstram total vocação para
dança.
Entender o corpo e o desenvolvimento de
cada fase é fundamental, para assim respeitarmos o limite individual de cada
criança.
O ballet traz um conhecimento íntimo do
próprio corpo, temos que sempre estar estimulando movimentações diferentes e
sempre desafiando a conseguirem evoluir, sem deixar nenhuma frustração por não
conseguirem atingir o que a amiguinha conseguiu, sempre com carinho e
paciência, mostrando que cada uma tem seu tempo e sua habilidade particular,
assim ajudando em seu desenvolvimento motor.
O ballet traz inúmeros benefícios no
desenvolvimento de uma criança; aumenta a capacidade afetiva, vemos muito isso
em crianças que não tem irmãozinhos ou não frequentam escolinhas e tem
dificuldade em dividir a atenção. Muitas vezes essas crianças se sentem
ameaçadas por outras e se comportam diferente para chamar a atenção da
professora de alguma forma.
Com a experiência aprendemos que tudo
tem que ser com jeitinho e de forma justa, ajudar a criança a desenvolver afeto
pela amiguinha e entender que a amiguinha também quer ficar perto da professora
ou que também quer ser primeira da fila em algum momento. Temos que estar
atentos o tempo todo durante a aula, enquanto criamos e imaginamos atividades
temos que observar o comportamento de cada criança e dar atenção por igual,
pois elas se sentem deixadas de lado muito fáceis.
A criança não deve ser forçada a ficar
na aula de ballet, vemos muitos casos onde mães querem muito ver suas pequenas
no ballet, mas as crianças não tem interesse por tal atividade. Devemos
apresentar o ballet a essas crianças de forma prazerosa e se elas não
demostrarem nenhum interesse devemos comunicar aos pais e indicar que busquem
outra atividade física que elas tenham mais prazer.
Além da socialização, o ballet ajuda
muito no desenvolvimento motor, a criança responde fisicamente ao ambiente e
condição que a impomos, por isso nada deve ser forçado, tudo tem que ser de
forma lúdica e natural para não causar traumas tanto físicos como psicológicos.
Crianças com dificuldades motoras muitas vezes fogem do convívio social, fogem
de atividades físicas e podem levar consigo esse problema para vida adulta.
A descoberta de seu corpo e os estímulos
dados durante a aula é muito importante para o desenvolvimento cognitivo, por
isso não adianta passarmos os movimentos como uma tarefa ou exercício, tudo tem
que se encaixar de forma lúdica e estimulante para que elas entrem naquela
atividade por prazer.
Ao estimular uma criança em seu lado
criativo, ajudamos a desenvolver a cognição e a criatividade, a capacidade de
desenvolver movimentos e criar sua própria dança.
A dança livre é muito estimulante,
deixamo-las escolherem a música que querem dançar para ter o prazer na dança, e
também colocamos músicas da nossa escolha para que desenvolvam ritmo e
musicalidade.
Atividades com elementos como bambolês,
bolas, lenços, passarela; desenvolvem a coordenação motora, equilíbrio e
resistência, além de serem divertidas e alegres.
As coreografias ajudam muito no
desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo. Ao criar coreografias devemos
encaixar as crianças em um conto, com a música, usando combinações de
movimentos e posições básicas do ballet, de forma que elas sintam a música e o
ritmo, estimulando a noção espacial, lateralidade, expressão corporal,
disciplina e memorização.
Em toda atividade é de extrema importância
prestar a atenção em cada aluna, elogiar, corrigir com carinho e mostrar
interesse pelo que a aluna está executando, mostrando afeto sempre que
possível, com abraços e sorrisos.
A professora na sala de aula tem que ser
um exemplo para as crianças. Normalmente elas copiam a professora, nas roupas,
modo de agir, por isso devemos sempre estar alinhadas e com roupas adequadas
para uma aula de ballet.
Às vezes fica difícil achar um meio
termo entre uma aula alegre e uma verdadeira bagunça, mas devemos sempre
encontrar um equilíbrio para ser admirada e respeitada. Devemos passar
autoconfiança e delicadeza ao mesmo tempo, tem crianças que tentam desarmar a
professora de várias formas, mas sempre temos que nos impor sem berros e
descontrole, quando adquirimos esse controle basta um olhar sério e firmeza na
voz para que todas entendam que estão passando dos limites, e se necessário
chamar a atenção individualmente, tentar fazer com carinho mesmo que seja de
forma séria.
As meninas respondem muito fáceis a
estímulos de carinho e delicadeza, como transformar todas em princesas com a
varinha mágica da professora, e mostrar que princesas são lindas, delicadas,
não berram, são boas com as amiguinhas, principalmente as princesas bailarinas
(risos).
Ao trabalhar com crianças percebemos o
quanto nos tornamos importantes na vida delas, e que podemos passar a arte da
dança como algo maravilhoso e que elas levarão para o resto da vida.
Conclusão
Nesse estudo de ballet
infantil me aprofundei no mundinho inocente de pensamentos e movimentos mais
puros, onde temos função de ser incentivadoras e exemplos de algo belo e
disciplinado. Com esse estudo pude ver o valor da teoria do que vivemos na
prática.
Ser professora de baby class
vai muito além de ensinar passos e movimentos, é ensinar uma forma de viver
onde a felicidade está em respirar a arte que amamos e viver de forma a buscar
nosso melhor para passar para crianças que nos admiram e se lembrarão de nós
por toda vida.
Texto da atividade dissertativa da aluna Pamela do curso
Introdução ao Ensino ao Baby Class Ballet
Foi um prazer participar desse curso, acrescentou muito em minha evolução. Obrigada serafim ballet.
ResponderExcluirFoi um prazer participar desse curso, acrescentou muito ao meu aprendizado e forma de ensino. Obrigada serafim ballet.
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